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O Globo Zona Sul - 15 de março de 2007

Cosme Velho ganha cineclube

Associação e cineastas do bairro inauguram hoje o cinema da região. Na tela, filme de Zelito Vianna

Por Maria Fortuna
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Num bairro que concentra grande número de cineastas só faltava uma sala dedicada à sétima arte. Faltava, não falta mais. E é justamente com uma obra de um "prata da casa" que o Cineclube Águas Férreas abre suas portas hoje. Zelito Vianna exibe, em pré-estréia para lá de exclusiva, "Chico Anysio é...", um filme, curiosamente, sobre a vida de um ilustre ex-morador do Cosme Velho. A iniciativa é da Associação de Moradores do Cosme Velho (AMA Cosme Velho) e de parceiros da região, como a designer Isabel Vidal, responsável pelo site www.bairrodaslaranjeiras.com.br .

– Moro aqui desde menino e retratei o bairro em alguns dos meus filmes como "Minha namorada" - lembra Zelito. - O Cosme Velho tem uma vida cultural intensa, com o Museu de Arte Naïf e o bondinho do Corcovado. Só faltava um cineminha.
Walter Carvalho, outro morador da região e fundador de cineclubes na década de 70, também comemora e diz que vai doar ao acervo da sala obras de diversos diretores brasileiros.

– Tenho filmes do Walter Lima Júnior e do Luiz Fernando Carvalho, entre outros. Também vou doar meu projetor de películas de 16 milímetros - afirma Carvalho, que tem um título seu, "Janela da Alma", na programação das próximas sessões do cineclube.

E foi graças à soma de esforços que o projeto da sala de cinema, instalada no belo casarão centenário onde morou o escritor Austregésilo de Athayde, foi posto em prática. Experiente no assunto e morador da região, Beto Moreira, que dirige uma escola de cinema, deu o caminho das pedras para a aquisição do telão.

– Beto passou as especificações técinas, fizemos uma feijoada para arrecadar dinheiro para o telão e ganhamos o aparelho de DVD da família Klabin, que mora em frente ao casarão. A idéia é que o material seja um patrimônio dos moradores - explica Alceu Nobre, presidente da AMA Cosme Velho.

O preço cobrado pelas sessões de cinema no charmoso salão de pé direito altíssimo será simbólico, cerca de R$ 5. Lauro Escorel e Marco Altberg são outros cineastas que vivem no bairro e devem ter seus filmes exibidos na tela do cineminha.



Sentado à direita, Zelito Vianna, com a turma do cineclube

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